Educar....

Educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência.
Educar é acreditar na vida, mesmo que derramemos lágrimas.
Educar é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente.
Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.
Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração.

In: Prefácio do livro Pais brilhantes, professores fascinantes, de Augusto Jorge Cury

Ser professor é...

Professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o
aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...
É consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original...
É entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...
É importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que
necessita de atenção, amor e cuidado.
É ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo".
É apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés..
É ser mãe, pai, irmão, avô,
É ser ciência, paciência.
É ser ação, é ser bússola, é ser farol.
É ser luz, é ser sol.
É ser artista, malabarista, pintor, escultor, doutor, musicólogo, psicólogo..

sábado, 28 de agosto de 2010

TEXTO SOBRE ALFABETIZAÇÃO

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

De quem é a responsabilidade?

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O mundo dá voltas

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terça-feira, 13 de julho de 2010

''NUNCA DEIXE DE SONHAR''

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Bullying!!! Afinal o que é isso?

O “bullying” é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana.
Mas, o que é “bullying”, afinal?
Bullying não é fácil de definir, por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de “bullying” possíveis. Este termo compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas entre iguais (estudantes), que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, que tornam possível a intimidação da vítima
A palavra “bullying” é usada para descrever tipos diferentes de comportamento que visam ferir ou controlar outra pessoa. Algumas vezes, “bullying” quer dizer colocar apelidos, dizer palavrões, fazer ameaças, difamar alguém ou falar mal pelas costas, ofender, zoar, gozar, encarnar, “sacanear”, humilhar, fazer sofrer, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences, sacudir ou fazer com que alguém faça algo que ele não quer.
Basicamente, “bullying” tem a ver com fazer com que alguém se sinta inseguro, insignificante ou amedrontado, excluindo essa pessoa de atividades, jogos ou de um grupo social, ignorando-os deliberadamente. Às vezes, é um indivíduo quem faz “bullying” e, em outras, é um grupo.
A coisa mais importante não é a ação em si, mas o efeito que esta tem sobre a vítima.
Que mundo perverso é este? Será que só agora a perseguição contra alunos em escolas se tornou evidente e reconhecida? Será que só agora perceberam a solidão de crianças marginalizadas pelos colegas? Será que só agora é reconhecido o direito de cada um ser respeitado, bem como o de igualmente respeitar o outro?
Na verdade, estes comportamentos agressivos sempre existiram, mas o que mudou foi a intensidade de sua freqüência e de seu teor agressivo, reflexo de um mundo individualista, cada vez mais bélico e carente de humanidade.
Com certeza, existem diversos fatores que geram tal atitude:
a pessoa pode ter sido, ela mesma, alvo de “bullying”, em alguma época;
pode estar querendo chamar a atenção;
a pessoa sente-se poderosa e superior aos outros e, assim, busca lidar com sua baixa-estima e complexos;
crença de que o “bullying” trará popularidade dentro de um grupo;
sentimentos de inveja ou ciúme;
serem eles mesmos vítimas de um sistema familiar disfuncional, onde os pais sejam distantes e falte uma relação afetivo/corporal entre pais e filhos, onde os pais sejam superprotetores, gerando filhos egocêntricos, e onde os pais sejam, eles mesmos, pessoas agressivas.
O fato é que as pessoas que têm este comportamento mascaram seus próprios temores internos, tentam driblar o que as amedronta, amedrontando alguém e ferindo o outro, por medo de serem feridos primeiro. Tais pessoas são intimamente infelizes e tentam lançar nos demais a sua infelicidade.
Por outro lado, pouco ou nada sentem de responsabilidade por seus atos e, freqüentemente, desejam exercer um controle sobre outra pessoa, com o objetivo de sempre sair ganhando. São incapazes de compreender e de apreciar os sentimentos alheios, mas são excelentes observadores do comportamento humano, sempre escolhendo como alvo aqueles que se intimidam e se mostram medrosos e covardes, ou seja, aqueles que são facilmente derrotados.
Na realidade, tais pessoas precisam tanto de ajuda quanto as suas vítimas, sob perigo de que venham a se tornar marginais e infratores da lei, adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.
O melhor antídoto para lidar com o “bullying” e não se tornar um alvo fácil é gostar de si mesmo, é acreditar em si próprio, é ter uma elevada auto-imagem que abarque a aceitação de suas características próprias, aceitando-as como prova de sua individualidade no mundo, e, principalmente, não cultivar o papel de vítima perante os demais.
Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis e um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo.
A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto.
Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos.
Por outro lado, é importante que se conscientize de que não está sozinho nessa situação, não sendo culpado pelo que acontece, embora seja responsável pelo que possa vir a acontecer, se der poder a quem o ameaça, submetendo-se por medo. É importante que relate os fatos para outras pessoas como amigos e adultos que fazem parte de seu convívio, como seus pais, professores, orientadores, terapeutas, pois é realmente difícil interromper esse processo sozinho.
Determinadas atitudes são fundamentais nesta hora, como ter coragem e não passar uma imagem de medo, pois, na realidade, este é o grande prêmio de quem coage em um “bullying”. Deve manter a calma, não lutar ou reagir de modo agressivo, transparecendo sua raiva, outro objetivo de um “bully”; procurando ignorar os provocadores e indo embora, pois, assim, há um esvaziamento do poder de quem coage. O que ele deseja ver são evidências de quanto o outro se sente mal e incapaz e, possivelmente, agirá ainda pior na próxima vez.
Quem é perseguido em “bullyings”, deve procurar se filiar a grupos, clubes ou times, principalmente quando é novo em uma escola,deve andar próximo a um amigo ou professor, durante os intervalos das aulas ou recreio, sentar-se perto de adultos, ou seja, evitar ficar só e isolado e lembrar-se sempre de que:
“Deve tratar os outros do modo como gostaria de ser tratado. Deve ajudar alguém que necessita, pois quando você precisar, alguém o fará por você, e lembrar que cada um de nós tem o direito de ser respeitado e a responsabilidade de respeitar os demais.”
As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.
É importante também ressaltar certas atitudes a serem tomadas por aqueles que presenciam um “bullying”. Cuidado para não tomar atitudes impulsivas, elas só irão atrapalhar!
Evite lutar, usar de ironia, ou fazendo com que o “bully” se sinta importante e poderoso, durante o episódio. Procure se inserir no contexto, não como simples platéia, meramente assistindo, mas tentando fazer com que o episódio termine. Verifique se a criança perseguida irá contar o que acontece a um adulto, caso contrário se ofereça para ir junto e procurar com ela alguém em quem confie.
A equipe de uma escola deve ficar atenta aos alunos novos e àqueles que permanecem sozinhos e isolados, procurando conversar com eles, desenvolver um clima de amizade e confiança e procurando inseri-los em atividades.
Sabe-se que quando não há intervenções efetivas contra o “bullying”, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo.
Em acréscimo às orientações comumente dadas pela equipe docente sobre os malefícios do “bullying”, é importante que o estabelecimento de ensino crie estratégias adequadas à redução deste tipo de comportamento. É fundamental que o tema seja divulgado e que se dê aos alunos a oportunidade de falar sobre “bullying”. É importante que se faça uma pesquisa da realidade, que se escutem opiniões a respeito e que os pais sejam informados.
A única maneira de se combater o “bullying” é através da cooperação de todos os envolvidos: professores, funcionários, alunos e pais.
É importante lembrar que o “bullying” é fundamentalmente uma luta de poder, baseada em uma liderança negativa, sendo assim, uma medida preventiva e profilática seria fomentar a criação de lideranças positivas em maior número na escola.
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BULLYING

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Bullying e o mal que causa (Versão lenta para escolas)

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O que é bullying

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sábado, 26 de junho de 2010

Um anjo veio me falar

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A árvore dos problemas

Um homem contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda.
O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil.
O pneu da seu carro furou quando ele deixou de ganhar uma hora de trabalho;a sua serra elétrica quebrou; e aí ele cortou o dedo, e finalmente, no final do dia, o seu carro não funcionou.
O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa, e durante o caminho, o carpinteiro não falou nada.
Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer a sua família.
Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos.
Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa.
Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro.
Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou por que ele havia tocado na planta antes de entrar em casa.
"Ah", respondeu o carpinteiro, "esta é a minha planta dos problemas. Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa. Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte. E você quer saber de uma coisa? Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior."

Autor Desconhecido
O que você acha de praticarmos este aprendizado?
Felicidades. Enviar para o Twitter

A LETRA "P" Show... APENAS A LÍNGUA PORTUGUESA NOS PERMITE ESCREVER ISSO:

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais.... Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos.. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir.
Posteriormente, partiu para Pirapora.... Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas.
Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris.
Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas.
Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se.
Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. - Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.
Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para papai Procópio para prosseguir praticando pinturas.
Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? Papai - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.
Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando.
Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito.
Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo pereceu pintando...
Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar.... Para parar preciso pensar.
Pensei. Portanto, pronto pararei.

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Tem Pão Velho?

Tem Pão Velho? Era um fim de tarde de sábado. Eu estava molhando o jardim da minha casa, quando fui interpelada por um garotinho com pouco mais de 9 anos, dizendo: - Dona, tem pão velho? Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou Desde criança. Olhei para aquele menino tão nostálgico e perguntei: Onde Você mora? - Depois do zoológico. - Bem longe, hein? - É... mas eu tenho que pedir as coisas para comer. - Você está na escola? - Não. Minha mãe não pode comprar material. - Seu pai mora com vocês? - Ele sumiu. E o papo prosseguiu, até que disse: - Vou buscar o pão. Serve pão novo? – Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, isso é suficiente. Esta resposta caiu em mim como um raio. Tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e a falta de amor daquela criança, daquele menino de apenas 9 anos, já sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola e tão necessitado de um papo, de uma conversa amiga. Caros amigos, quantas lições podemos tirar desta resposta: "Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, isso é suficiente!" Que poder mágico tem o gesto de falar e ouvir com amor! Alguns anos já se passaram e continuam pedindo "pão velho" na minha casa... e eu dando "pão novo", mas procurando antes compartilhar o pão das pequenas conversas, o pão dos gestos que acolhem e promovem. Este pão de amor não fica velho, porque é fabricado no coração de quem acredita Naquele que disse: "Eu sou o pão da vida!" Verifique quantas pessoas talvez estejam esperando uma só palavra sua...

Ana Luiza Tocafu

Reflita...

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Abraço

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domingo, 30 de maio de 2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Grão de Amor - Arnaldo Antunes

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Luka-Porta Aberta

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terça-feira, 27 de abril de 2010

Caos em Itajaí.... Novembro de 2008



Espero que não tenhamos que passar por isso novamente!!!
Foi muito triste em 2008. Enviar para o Twitter

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Só se aprende a cozinhar cozinhando

                                                                              Laura Monte Serrat Barbosa



Era uma vez um aprendiz de cozinheiro que estava "louquinho" para colocar a mão na massa. Não via a hora de começar a freqüentar as aulas para aprender a fazer quitutes e a decorá-los como sempre imaginara.

Estava ansioso pela primeira aula. Seu coração estava disparado naquela manhã em que iniciaria seu curso. Levantou muito cedo, tomou banho, perfumou-se, pegou o material, tomou seu café e partiu rapidamente para a cozinha experimental, onde teria aula. Junto com ele outros aprendizes aguardavam, igualmente ansiosos, quando finalmente entrou o mestre-cuca Romeu.

Alto e esguio, ele não se parecia em nada com o mestre-cuca idealizado pelos alunos - um tipo mais gordinho, por experimentar as coisas gostosas que fazia. Além de alto, tinha um bigode muito certinho, o uniforme impecável, as unhas feitas e esmaltadas, indicando ser uma pessoa organizada e exigente com a limpeza e com a aparência.

Romeu iniciou a aula dizendo: "Hoje vamos falar de facas. Vocês vão conhecer as várias facas, aprender sua utilidade e a distingui-las rapidamente."

Decepção geral. Todos esperavam aprender a cozinhar, mas passaram a manhã aprendendo sobre facas. No dia seguinte, tiveram aula sobre colheres e conchas; depois, sobre panelas e vasilhas; mais tarde, sobre como descascar legumes; no outro dia, aprenderam alguns macetes de como limpar carnes. Depois de alguns meses, os alunos já haviam tido muitas aulas. Já sabiam limpar peixes, preparar alguns temperos, fazer arroz de várias formas, mas nunca tinham feito uma refeição completa. Aprendiam, em cada aula, uma parte importante da culinária: ora sobre grãos, ora sobre verduras, ora sobre frutas, ora sobre sobremesas, ora sobre instrumentos, e assim por diante.

Os alunos que tanto queriam aprender a cozinhar já estavam desanimados. Mais ouviam sobre o modo de fazer do que faziam e, o que era pior, nas aulas práticas só podiam ficar observando o mestre-cuca, para aprender o jeito certo de cozinhar.

O que era um desejo passou a ser uma tortura, e os aprendizes de cozinheiro já não queriam mais saber de cozinhar, nem de aprender qualquer coisa relacionada ao assunto.

Até iam para a aula, mas preferiam ficar jogando truco no bar da esquina a ouvir do mestre-cuca macetes de temperos, a simular refeições, a memorizar o tempo de descongelamento em relação ao peso do alimento e a potência do forno em relação ao cozimento do prato, a preparar conservas virtualmente e a aprender outras táticas necessárias para passar na "Grande Prova Cozinhalar", em que eram selecionados os melhores aprendizes de cozinheiro. Os vencedores dessa prova entravam num curso ministrado na maior cozinha experimental do mundo, onde iriam aprender a ser cozinheiros de verdade.

O aprendiz de cozinheiro então pensou que talvez fosse por isso que os aprendizes de cozinheiro faziam de conta o tempo todo. Iam perdendo o ânimo diante do grande tempo de aprendizagem que precisavam para, um dia, realizarem o grande sonho de cozinhar uma refeição completa, de verdade, sem simulação e sem o controle exagerado do mestre-cuca, que, até então, só se preocupava com a realização correta de todas as ações necessárias dentro de uma cozinha experimental.

"Puxa! Como é difícil aprender a cozinhar", pensou o aprendiz de cozinheiro. "Começamos o aprendizado quando completamos dois anos de idade e terminamos com mais ou menos 23 ou 24 anos, isso se não desanimarmos muito e nem precisarmos repetir alguns tópicos por recomendação do mestre-cuca Romeu."

Por que será que Romeu não ensinava a cozinhar cozinhando? Por que não ensinava a usar as facas e colheres usando-as? Por que os alunos não aprendiam a fazer uma refeição por inteiro, e sim aos pedaços?

Deve ser por isso que os aprendizes de cozinheiro não queriam aprender a cozinhar e nem ouvir falar em ir para a cozinha experimental. Já imaginou que desastre se todos os aprendizes de cozinheiro desistissem de aprender a cozinhar?

Como iríamos alimentar o mundo se cozinhar fosse visto como algo desnecessário, enfadonho, moroso e sem significado?

Talvez fosse por isso que os outros aprendizes gostavam de ir para a cozinha do professor Pichô. Lá, eles ficavam à vontade ao mesmo tempo que estavam aprendendo. Já desde os primeiros anos, aprendiam a cozinhar para a vida e, melhor ainda, enquanto ela estava sendo vivida. Isso dava um sentido para o aprender.

Os alimentos ora eram trabalhados individualmente, ora em relação a outros, e os alunos faziam interagir sabores, temperos e combinações diferentes. O uso das facas e colheres ia sendo aprendido enquanto se cozinhava.

Os sentimentos de realização, ou de aflição diante de uma receita nova, ou de medo de que os outros não gostassem eram trabalhados ao mesmo tempo que o aprendiz ia aprendendo e fazendo.

Deve ser por isso que o aprendiz de cozinheiro preferiu uma cozinha quentinha, dialética e humanizada ao invés de uma fria e experimental.

Caro educador, pense nisso e reflita sobre a fome de conhecimento, sobre a desnutrição cultural e de valores, sobre a dificuldade que estamos tendo de, em 22 anos, entregar a um sujeito os mantimentos e confiar na sua capacidade de preparar a sua própria refeição e a de seus iguais.

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